Investir em BDRs (Brazilian Depository Receipts) e ETFs (Exchange Traded Funds) são boas opções para investir no exterior. Mas quais são os custos e benefícios dessas operações? Como esses aspectos podem ser avaliados antes de entrar?
Para explicar os detalhes, Felipe Vella, analista técnico da Ativa Investimentos, e Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, participaram do Guia do Investidor UOL, uma série de eventos quinzenais gratuitos da UOL Investimentos para quem quer aprender a tirar cuidado As pessoas usam o próprio dinheiro de forma saudável. Leia tudo abaixo:
Segundo Felipe Vella, quem investe em ETFs é tributado de forma semelhante aos fundos de ações.
Portanto, os investidores devem ficar atentos à declaração de imposto de renda. “Com base no investimento em ETFs, é preciso entender se a alocação de capital é em ações ou renda fixa”, disse.
Como funcionam dividendos para BDRs e ETFs?
Pietra Guerra disse que enquanto os investidores brasileiros estão mais preocupados com a distribuição de dividendos de uma empresa, isso é diferente para os americanos. “Não vemos investidores [estrangeiros] tão preocupados em receber dividendos.”
Com o dinheiro para pagar o dividendo, a empresa tem duas opções: distribuí-lo aos acionistas ou investir em novos projetos, disse ela.
“Existe uma cultura por aí mais focada em reinvestir esse resultado, mesmo para o crescimento da empresa, e outras formas de distribuição aos acionistas, como recompras de ações”, disse ele.
No caso do BDR, as empresas estrangeiras estão sujeitas a uma taxa de cerca de 4% até serem devolvidas aos investidores.
Vella entende que essa diferença entre os dois mercados se deve também ao fato de o Brasil não tributar dividendos pessoais.
Quando se trata de ETFs, Vella disse que há uma enorme diferença entre investir no mercado brasileiro e no mercado americano.
“Se um investidor contribuir para o BOVA11 [um dos principais fundos depois do Ibovespa], que é um dos ETFs mais comuns aqui, vários títulos que compõem o fundo pagam dividendos. Mas nesse investimento o ETF não vai pagar dividendos repassados aos acionistas, mas reinvestidos no documento”, explicou.
Há ETFs ou BDRs mais arriscados?
Para Pietra, o principal risco é a liquidez – a disponibilidade imediata de caixa. “Não entre em um papel do qual você tenha dificuldade em sair a qualquer momento. Acho que essa é uma questão fundamental em comparação com o financiamento”, disse ele.
Dependendo do investidor, as opções de ações e da indústria variam muito, disse ela. “Não há risco exacerbado. Existe o risco de incompatibilidade com o nível do seu perfil. Há um número infinito de situações em que você pode ou não estar feliz com elas.”
No caso do BDR, como os títulos estão atrelados a letras estrangeiras, ela ressaltou que há diferenças tanto nas ações quanto nas taxas de câmbio.
“A exposição ao dólar americano é uma questão positiva. Mas [BDR] não é uma maneira de negociar FX, é outra maneira de diversificar ativos.”
A esse respeito, Vella disse que os ETFs são a saída para investidores iniciantes que não querem correr riscos. “Os ETFs podem ser mais interessantes por causa da diversificação do número de ações. O show se aplica a todo o mercado americano ou chinês”, disse ele.
Quanto o investimento global deve ocupar na carteira do investidor?
A resposta a esta pergunta não é simples. Novamente, os analistas dizem que isso varia caso a caso, como entre moderado e ousado.
No entanto, Vella disse que pode ser interessante para os investidores “padrão” ter uma carteira global de 25% a 30%. “Não só nos EUA, mas no investimento internacional em geral. Dependendo da disposição de correr riscos, aumentaria essa exposição ainda mais do que no Brasil”, disse.
Para o BDR, o fator cambial tem maior peso na decisão. Uma porcentagem interessante pode ser de 30% a 40%. “Não vou definir porcentagens. Sou a favor de um aumento. No início do ano, vimos uma recuperação nos países desenvolvidos, depois nos emergentes. É importante manter sempre essa perspectiva global”, declarou Pietra.
Por outro lado, especialistas da Clear Corretora dizem que é importante que os investidores comecem a investir no exterior.
“No caso de um investidor que está dando os primeiros passos, é importante experimentar. Se ele estiver apenas no Brasil, ele investirá pela primeira vez em ações internacionais, sejam BDRs ou ETFs, que são as mais acessíveis devido à o alto volume de entrada”, disse ele.
5 maneiras de investir no exterior
Confira as principais opções do mercado brasileiro para quem deseja investir no exterior:
1. Abrir uma conta no exterior
A primeira forma de investir fora do Brasil é abrir uma conta corrente no exterior. Nesse caso, o investidor transfere para ela o valor que deseja investir e pode começar a comprar ativos lastreados em dólar.
Segurança na forma suína tradicional
É preciso encontrar uma maneira de ver se vale a pena investir no exterior.
O processo de abertura de conta e os documentos necessários dependerão de cada instituição financeira. Geralmente, os bancos no exterior podem solicitar comprovantes de endereço, documentos pessoais, dados de contato e informações de renda naquele país.
No caso dos bancos digitais, o processo de abertura tende a ser um pouco mais simples e pode até ser feito pela internet.
Mas é legal abrir uma conta no exterior?
Sim! Os brasileiros podem abrir contas no exterior de forma totalmente legal, desde que cumpram o protocolo de declaração da Receita Federal.
Pela legislação, os bancos podem fornecer contas em moeda internacional aos brasileiros, desde que estejam localizados em outros países. Assim, a conta em dólar faz parte do departamento de um banco no exterior, e o departamento de estado transfere valor para a conta no exterior.
Por exemplo, no caso da conta corrente Nomad, a segurança é reforçada pelo Fundo de Garantia de Depósitos (FDIC) do governo dos EUA, que cobre valores de até US$ 250.000.
2. COE
Um certificado de transação estruturado, ou COE abreviado, é uma versão do que os americanos comumente chamam de instrumento estruturado. Esse produto financeiro é comercializado por bancos e corretoras no Brasil e mescla ativos de renda fixa e variável.
Como tal, é um pacote de ativos cujos componentes são escolhidos pelas instituições financeiras.
A vantagem dessa opção é que não há necessidade de enviar dinheiro para o exterior. Além disso, o COE possui uma garantia de capital protegida que garante a devolução dos recursos do investidor caso a situação prevista pelo banco ou corretora não se concretize.
No entanto, os COEs costumam ser caros para os investidores, com taxas de administração de até 3% e taxas de imposto de renda de até 22,5%. Além disso, esse tipo de aplicativo oferece pouca autonomia aos investidores.
3. ETF
Um fundo negociado em bolsa (ETF) é um índice de ações estrangeiras negociadas na bolsa de valores brasileira B3. Os ETFs, também conhecidos como fundos de índice, buscam replicar uma carteira de um determinado índice econômico, consistindo em um conjunto de ações e títulos de acordo com seu desempenho.
Assim, quando o benchmark sobe, os investidores ganham a mesma porcentagem e também perdem dinheiro quando cai.
4. BDR
Outra forma de investir no exterior é por meio de Brazilian Depository Receipts (BDRs), títulos que representam ações de empresas internacionais negociadas na B3. Eles estão disponíveis apenas para investidores credenciados ou profissionais.
Os títulos foram adquiridos de instituições depositárias no Brasil, que emitem BDRs localmente. Dessa forma, é possível investir em grandes empresas americanas como Apple, Uber, Amazon, etc.
5. Fundo de investimento
Os fundos de investimento internacionais também são uma forma de investir no exterior sem enviar dinheiro para o exterior. Funcionam como uma carteira compartilhada onde os investidores compram ações e, diferentemente dos fundos tradicionais, são compostos apenas por ativos negociados no exterior.
Além de saber se vale a pena investir no exterior, também é importante saber se é legal ou não.
As decisões de aquisição ou venda de ativos são tomadas pelos gestores, sempre levando em consideração os objetivos e o perfil de cada fundo.
Afinal, vale a pena investir no exterior?
Certamente! Mesmo em tempos de crise econômica no Brasil, investir no exterior é uma excelente forma de obter maiores retornos, construir uma carteira de investimentos estável e estável e garantir seus ativos denominados em dólares.
Gostaria de saber mais sobre as possibilidades de investimento no exterior com base no seu perfil de investidor?