O senador Jean-Paul Plates (PT-RN), que assumiu a presidência da Petrobras, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expedirá uma medida provisória para prorrogar por dois meses o prazo de isenção do Imposto sobre o Petróleo. Segundo o ministro-chefe de Assuntos Civis, Ray Costa, a isenção fiscal do diesel e do gás de cozinha será estendida por tempo indeterminado.
As renúncias concedidas pelo governo Bolsonaro foram uma dor de cabeça para o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e causaram disputas dentro do governo Lula antes mesmo de assumir o cargo. O governo Bolsonaro acrescentou R$ 80,2 bilhões em incentivos fiscais e isenções adicionais ao orçamento, incluindo a extensão das isenções de combustível do PIS e da Cofins.
Isenções de combustível alimentam percepções de risco fiscal
A primeira derrota de Haddad no sábado, dia 31, foi contra a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e futura presidente da Petrobras. Eles querem mais tempo para estender as renúncias para as estatais indicadas por Lula para conseguirem baixar os preços dos combustíveis para as refinarias e assim mudar a política de preços.
A redução compensará as declarações fiscais. Na primeira decisão econômica de Lula, Haddad foi pisoteado. Ele se opõe ao interesse público no combustível.
“Temos tempo para assumir a Petrobras e olhar o histórico da indústria do petróleo, o preço do barril de petróleo no mercado internacional. Ele tende a esticar por causa do inverno no hemisfério norte. A sazonalidade que todo mundo já sabe”, disse Prates na chegada, disse Lula na posse.
Haddad tem lutado para revogar as isenções e anunciou um plano robusto para cortá-las e incentivos fiscais para compensar o déficit de 220 bilhões de reais nas contas projetadas do governo para 2023. Se valessem o ano inteiro, as isenções de combustível custariam R$ 52,9 bilhões.
Haddad alertará Lula e os membros do governo que a sustentação do crescimento aumentará a percepção de risco fiscal. Tanto que no dia em que a prorrogação foi sugerida pela primeira vez, os indicadores do mercado azedaram.
Grande companhia
Questões de combustível à parte, a equipe de Haddad trabalha para reverter pelo menos parcialmente outras isenções nos últimos dias do ano, que incluem a redução da alíquota do PIS/Cofins para grandes empresas pagas pelo lucro real. O custo dessa mudança foi de 5,8 bilhões de reais. As empresas já estão pressionando para que a medida seja revogada.
Bolsonaro vai zerar impostos antes das eleições
O governo e o Congresso de Bolsonaro zeraram a arrecadação de impostos federais até o final de 2022, à medida que os preços aumentam devido a fatores como a guerra na Ucrânia.
As decisões foram tomadas no início do período eleitoral, quando Bolsonaro concorre à reeleição.
Para manter a isenção em 2023, será necessário emitir uma medida provisória.
Haddad é contra prorrogação
No início desta semana, porém, Haddad pediu ao atual governo que não prorrogasse a renúncia. Ele disse que o governo eleito precisava de mais tempo para decidir se prorrogava a isenção, mas não citou o argumento de que o imposto já havia sido devolvido.
Se, por um lado, a volta do imposto pode impactar na bomba e na inflação, ela também tem potencial para arrecadar cerca de 53 bilhões de reais em um ano — em um momento em que governos eleitos buscam formas de compensar os custos das promessas de campanha.